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Fundadores

Gustavo Adolfo Neiverth e Clair Hecke Neiverth

Em 1921, estabeleceu-se num local habitado por colonos brasileiros conhecido como Bairro de Paes o Sr. Reinaldo Augusto Hecke, descendente de alemães. Trabalhava como carpinteiro e foi morar na localidade de Paes, onde tinha comprado uma área de terra para construir ali sua carpintaria e continuar com o ofício de fabricação de carroças.

 

 

 

Casou-se com a Sra. Joana Rodrigues de Castro, descendente de portugueses e índios e tiveram três filhos, Enê Leonor Hecke casada com João Rosa de Oliveira, Clair Hecke casada com Gustavo Adolfo Neiverth, e Olando Hecke casado com Ailza Cardon de Castro.

Nascido em 18 de setembro de 1914, em Imbituva-PR, Gustavo Adolfo Neiverth, filho de Henrique Neiverth e Verginia Horst Neiverth casou-se com Clair Hecke em 09/01/1937 e ficou morando três meses com o pai, Sr. Henrique Neiverth até que sua casa ficasse pronta nas terras do pai, na localidade de Aterrado Alto, município de Imbituva-PR. Tinha terreno de herança dos pais na localidade de Pedra Lisa – Imbituva-PR onde plantava milho. No inverno trabalhava como tarefeiro de erva-mate.

Em 1940, o seu pai fez uma parceria entre seus filhos Gustavo Adolfo Neiverth e Rodolfo Neiverth, para corte de pinheiro em sua propriedade. Cada irmão tinha um empregado. Gustavo pagava o dobro para o seu, que se chamava Davi, devido a isto, cortavam cinco pinheiros a mais por dia que o irmão Rodolfo e seu ajudante, onde repartiam o lucro, 50% para cada um. Por causa disso, começaram os desentendimentos, o que levou o casal Gustavo e Clair a se mudar para a localidade denominada de Paes, no inverno de 1942.

Trouxeram a mudança em duas carroças, embora alguns familiares Ihe dissessem que iriam perecer, pois no terreno só existia um gramadão, onde nada produzia. Em 1942, Gustavo comprou 10 alqueires de terra no bairro dos Paes, onde morava o sogro Reinaldo Hecke (marceneiro) por 2500 reis. Tinha uma poupança na Caixa Econômica de 2000 reis e a diferença foi paga pelo seu pai.

Gustavo e Clair, ao chegarem na localidade, se depararam com os comentários dos moradores do distrito de Bom Jardim do Sul, que diziam o seguinte:"O que esse alemãozinho veio fazer no meio deste gramadão seco?" E, no mesmo ano, construiu uma casa de madeira onde veio morar com sua família. Na época já tinha dois filhos, Silas e Adnir, nascidos em Imbituva, e mais tarde, tiveram no município de Ipiranga, os filhos Osil e Álvaro Ney, que faleceu aos dois anos e meio de idade em decorrência de doenças. Logo que se mudou, ainda tinha uma plantação de milho na localidade de Pedro Lisa. Esta produção foi trazida de carroça até o distrito de Bom Jardim do Sul.

No inverno de 1942 Gustavo construiu um carijo e um depósito com cancha furada. Não tinha empregados e vendia a erva-mate cancheada na localidade de Bom Jardim do Sul para um posto de recebimento de uma cooperativa de Curitiba.

Em 1943 construiu outro carijo e contratou um empregado. Em 1944 construiu mais um carijo e contratou mais um funcionário para fazer a secagem. Também neste mesmo ano vendeu erva-mate cancheada para o Sr. Henrique Ribeiro, que era comprador da empresa Leão Jr.

Em 1945 construiu um barbaquá e mais três carijos para vencer a secagem de erva-mate, contratando mais dois funcionários, desta vez para serviço de foguista de sapecadeira, e outro para efetuar a secagem da erva, e, após isso, começou a vender erva-mate cancheada para a empresa Moinhos Unidos de Curitiba-PR, tornando-se comprador para esta empresa. No primeiro ano, com o lucro obtido, comprou 66 alqueires de terras na localidade de Paes, só que o vendedor não quis receber à vista, e sim fazendo em dois pagamentos para receber juros. Pois ele dizia que o dinheiro estava em boas mãos!

A erva-mate era beneficiada de maio a setembro, e sempre comercializada em janeiro do ano seguinte, pois tinha preços melhores, e a mesma aumentava de peso com o retorno de parte da umidade perdida no processo de secagem.

Em 1946 devido aos ótimos ganhos com o comércio da erva-mate cancheada, o seu pai o autorizou a vender sua herança no município de Imbituva-PR para que pudesse comprar mais terras no município de Ipiranga.

No decorrer dos anos Gustavo foi adquirindo mais terras, aumentando assim a sua propriedade. Nos anos 50, montou um carregador de bateria, na época chamado de acumulador, e com este, tinha energia elétrica em sua casa. Nesta época fez um monjolo, tocado com roda d'água, onde fazia canjica e farinha de bijú, e esses produtos eram comercializados na região. Ainda nos anos 50, construiu por conta própria uma pequena usina hidrelétrica que era usada para uso doméstico.

Em 1956, arrendou na localidade de Rio dos Índios, 20 alqueires de capoeira, onde plantava milho para engorda de suínos no local. Tinha uma camionete "Studbach" da qual fez um caminhão, transportando os empregados e a produção.

Em 1958, arrendou na localidade de Gabiroba 10 alqueires de terra, trazendo a produção de milho para a engorda de suínos em sua propriedade, os quais eram vendidos em Ponta Grossa para a empresa Degraf. Ainda, comprava rapadura e açúcar amarelo e vendia ovos, frangos, cera e crina de animais.

O Sr Gustavo também exerceu cargo político como vereador, no ano de 1959, na Câmara Municipal de Ipiranga, porque na época Ivaí era Distrito de Ipiranga. Em 1963 foi suplente de vereador, e naquela época não havia remuneração.

Na década de 60, aumentou a represa onde seu sogro tinha construído uma roda d'água, que tocava uma fábrica de polvilho e farinha de milho que eram comercializados em Candido de Abreu-PR. Esta mesma roda d'água seria utilizada para tocar o soque de erva-mate posteriormente.

Em 15 de fevereiro de 1963, o Sr Gustavo Adolfo Neiverth conseguiu o registro da sua indústria de erva-mate na cidade do Rio de Janeiro, no Instituto do Mate.

A empresa Moinhos Unidos comprava erva-mate cancheada com no maximo 7% de palitos, portanto, o excesso era vendido como chimarrão.

Em 29/12/1966 comprou um caminhão Chevrolet novo, financiado em três anos, e mais um trator Massey Ferguson MF-50 X, o qual foi o terceiro trator do município. Ainda, adquiriu o implemento "Rabo de peixe" que acoplado ao trator, era usado para destoca e limpeza de terrenos. O Sr. Gustavo fez a primeira lavoura mecanizada do município.

Nesta época eram comprados pinheiros na região, sendo comercializados com a empresa La Torre - Castro/PR. Esta empresa tinha um depósito na estação ferroviária de Ponta Grossa, onde eram carregadas as toras e enviadas para comercialização em São Paulo-SP. Eram transportadas três viagens de toras por dia até Ponta Grossa. Com o lucro, foi comprando mais terras e montou um serrote mecânico, para fazer o aproveitamento da madeira e dos entre-nos, que também era vendida para a empresa La Torre.

Com isso, foi prosperando, e na década de 80, foi o pioneiro a implantar o sistema de plantio direto no município. Em 1986, com a expansão de sua indústria, adquiriu-se um secador contínuo de secagem rápida da marca Grimm, o qual era capaz de secar 3000 Kg/hora de erva-crú.

Em 1994, iniciaram-se as pesquisas e estudos sobre a erva-mate na Bitumirim, entre elas a tese de doutorado da principal praga da erva-mate, a broca, com o pesquisador Eng. Agrônomo Carlos Marcelo Silveira Soares, que tinha toda a estrutura da EMBRAPA Floresta de Colombo-PR para o desenvolvimento de seu estudo. Isso fez com que deflagrasse a parceira BITUMIRIM/EMBRAPA, tornando a Empresa Bitumirim Indústria e Comércio num dos maiores centros de pesquisas do Brasil em Erva-mate. Além da Embrapa, a empresa atingiria outras parcerias como a UFPR, UEPG, Unioeste de Toledo, UEM entre outras.

Em 2001, já em outra fase de ampliação da indústria, foi adquirido um secador da marca Secamate com capacidade de secagem de 5000 Kg/hora de erva crú.

O fundador, idealizador e construtor da indústria Bitumirim, Sr. Gustavo Adolfo Neiverth faleceu no dia 10 de dezembro de 2004 aos 90 anos de idade, e após 68 anos de casamento com a Sra. Clair Hecke Neiverth, hoje com 94 anos de idade deixou um enorme legado a cultura da erva-mate e do chimarrão neste país.

Foi sepultado no Cemitério Luterano de Bom Jardim do Sul-PR, junto a dois pés de erva-mate.

Atualmente a empresa Bitumirim Indústria e Comércio de erva-mate Ltda produz 3 tipos de chimarrão: Bitumirim Amarela, Bitumirim Verde e Galpão Dourado. Tem reflorestamento de erva-mate, pinus e eucalipto. Ainda, produção agrícola de soja, trigo, milho feijão; produção de sementes e mudas de erva-mate.

Devido ao registro da propriedade como Fazenda Vila Nova, na década de 80, hoje a localidade é conhecida como Vila Nova.

A fazenda Vila Nova é administrada hoje pelos herdeiros do Sr. Gustavo, os seus filhos Silas e Osil Neiverth, o qual já foi três vezes prefeito de Ivaí e pelo seu genro Afonso Oliszeski.

Atualmente na Fazenda Vila Nova, as pesquisas sobre erva-mate em parceria com as diversas instituições continuam, atingindo até universidades do exterior, fazendo da empresa um dos maiores centros de pesquisa à campo do Brasil.

São produzidas mudas, as quais são usadas para o reflorestamento próprio e comercializada na região e em outros estados. A Fazenda Vila Nova produz sementes de erva-mate que são comercializadas no Brasil e nos países do Mercosul.

Com tudo isso, hoje, a Bitumirim oferece estágios para acadêmicos do curso de Agronomia, alunos de colégios agrícolas e também é utilizada como campo de estudos para teses de mestrados e doutorados.

O reflorestamento da erva-mate na Fazenda Vila Nova, fornece 50% da matéria-prima usada para a fabricação do chimarrão Bitumirim, e neste reflorestamento não é utilizado nenhum tipo de agrotóxico para o controle de pragas.

Os netos do casal Gustavo e Clair, possuem cursos superiores em Agronomia, Engenharia Civil, Engenharia de Segurança do Trabalho, Engenharia de Produção, Administração de Empresas, Medicina Veterinária, Farmácia e Bioquímica e Enfermagem.